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Refletindo sobre a carreira subvalorizada de John Lurie em Hollywood

John Lurie está entre os nomes mais subestimados da história de Hollywood, com o status de nome familiar escapando ao seu alcance desde que começou a trabalhar no final da década de 1970. Ele estreou como ator em um período desconhecido chamado Roma ’78 (1978), seguido por um featurette intitulado Homens em órbita (1979), que também escreveu e dirigiu. Ele então estrelou um filme menor em Super 8 chamado Os infratores (1980) antes de tocar saxofonista em Férias Permanentes (1980). Este último filme foi escrito e dirigido por Jim Jarmusch, dando início à maior parceria da carreira de Lurie.


A dupla trabalhou junta em mais três projetos antes que a década chegasse ao fim. Mas de seus outros projetos, Lurie atuaria apenas em dois: Mais estranho que o paraíso (1984) e Por lei (1986). Em sua outra colaboração, chamada Trem Misterioso (1989), ele comporia a partitura. Essa é sua outra linha de trabalho: a indústria cinematográfica. Composição da pontuação. Ele usou esses talentos para construir um grupo comprometido de colaboradores frequentes ao longo dos anos, com a maioria dos casos na frente das câmeras.


Seu trabalho como ator

Abaixo da Lei, de Jim Jarmusch
Fotos da ilha

De cara, vale a pena nos aprofundarmos no trabalho de Lurie com Jim Jarmusch: um papel menor em Férias Permanentesseguido por papéis principais em ambos Mais estranho que o paraíso e Por lei. O primeiro colocou todos os envolvidos no mapa da aclamação da crítica, com Mais estranho que o paraíso citado entre os filmes independentes mais importantes da década de oitenta. Lurie teve um desempenho brilhante ao lado de Richard Edson e Eszter Balint – mas em Por leio ator em questão criou um relacionamento tangível com Tom Waits e Roberto Benigni que resultou no filme de prisão mais engraçado já feito.

Ele aparece como um personagem secundário (chamado Slater) em Paris, Texas (1984), que marcou sua primeira colaboração com o ator Harry Dean Stanton. Isto foi seguido por outra parte de menor importância em A Última Tentação de Cristo (1988), filme de Martin Scorsese que também contou com Stanton – o segundo trabalho dele e de Lurie.

Mas Última Tentação também marca a primeira vez que Lurie trabalhou com Willem Dafoe, talvez seu colaborador mais frequente além de Jarmusch. Claro, Harry Dean Stanton dá a Dafoe uma grande chance de ganhar dinheiro nesse aspecto. Mas Stanton alguma vez foi pescar no gelo com Laurie no norte do Maine? Provavelmente não. Nota lateral: Assistir Pescando com Johnse ainda não o fez.

Seu último papel de verdadeiro destaque no cinema veio como Sparky em Selvagem no coração (1990), escrito e dirigido por David Lynch. É estrelado por Nicolas Cage e Laura Dern, mas também apresenta Willem Dafoe e Harry Dean Stanton em papéis coadjuvantes – todos os envolvidos levam uns aos outros a novos patamares qualitativos. Lurie apareceu em alguns filmes depois disso, como com Hotel Nova Rosa (1998) estrelado por Dafoe. Mas, na maior parte, Lurie fez a transição para a composição quando chegou a década de noventa.

Seu trabalho como compositor

Willem Dafoe e Edward Furlong em Animal Factory
Fotos de franquia

Férias Permanentes, Mais estranho que o paraísoe Por lei – ele atuou em todos os três filmes de Jarmusch, recebendo elogios generalizados da crítica ao longo do caminho. Mas o problema é o seguinte: ele também tem créditos como compositor. No final dos anos oitenta, ele e Jarmusch colaborariam mais uma vez com Trem Misterioso. Embora Lurie não tenha aparecido na frente da câmera, ele compôs a partitura.

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Sua música original destaca muitos momentos do filme ao desenvolver uma atmosfera melancólica. E embora Trem Misterioso marcou sua colaboração final com Jarmusch, Lurie criaria muito mais composições originais para títulos conhecidos de Hollywood. Pegar Pegue leve (1995), por exemplo. Dirigido por Barry Sonnenfeld e adaptado de um romance de Elmore Leonard, segue um agiota (interpretado por John Travolta) que se depara com a produção de um filme de Hollywood.

É um ótimo filme, com a trilha sonora de Lurie sendo amplamente aclamada, diferente de qualquer um de seus trabalhos anteriores. A trilha sonora de Pegue leve recebeu uma indicação ao Grammy Awards e ainda deve ser considerado um marco na qualidade do filme. Por alguns anos depois disso, a carreira de Lurie atingiu o ponto mais baixo, pois ele conquistou títulos medíocres como Azul na cara (1995) e Excesso de bagagem (1997). E enquanto Manny e Lo (1996) apresenta alguns elementos de produção cinematográfica de alta qualidade sobre os quais vale a pena escrever, o mesmo não pode ser dito de Lulu na ponte (1998).

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Com um chocante índice de aprovação de 0% no site de consenso crítico Rotten Tomatoes, é de longe o pior filme associado ao nome de Lurie. Mas não é como se a escassez de qualidade do filme pudesse ser atribuída à trilha sonora de Lurie, ou algo assim. Estava destinado ao fracasso, não importa quem compusesse a música. Nesse mesmo ano, criou outra composição para Pidgeons de Argila (1998), uma comédia com Joaquin Phoenix, Jeneane Garofalo e Vince Vaughn. O projeto continua subestimado até hoje.

Mas entre os maiores filmes com o nome de Lurie está Fábrica de Animais (2000), lançado na virada do século. É o crédito final de sua carreira e deve ser considerado um dos títulos mais subestimados por todos os envolvidos. Isso inclui Lurie como compositor. Ele conquistou vários títulos de grande qualidade ao longo de sua carreira, desde Fábrica de Animais e Pegue leve para Por lei e Trem Misterioso. E embora suas colaborações como ator com Jim Jarmusch e Willem Dafoe sejam altamente negligenciadas no cenário cinematográfico atual, elas devem ajudar a tornar Lurie um dos melhores talentos de sua geração.